domingo, 13 de março de 2011

Can we pretend that airplanes in the night sky are like shooting stars?

Hoje estava em minha rotina preguiçosa, quando esbarrei em duas músicas. Sim, sempre elas. Não sei se elas esbarraram em mim ou se eu as achei. A verdade é que parei pra pensar em coisas que tem me feito falta de uns tempos para cá.

Sempre gostei de observar o que ocorre em volta. Ser a garota que fica no canto enquanto as outras dão seu melhor para serem notadas. Olhar as atitudes alheias sempre foi meu forte, é interessante como se pode refletir a cerca de cada uma delas, especialmente quando se vê tudo de fora. Enfim, ser espectadora da vida soa melhor quase sempre.

Não posso dizer que vi muito, mas também não direi que quase não vi nada, porque eu vi. Vi o suficiente pra dizer o que direi nestas linhas que só eu vou ler.

Existem coisas que nunca pensei ter vontade de possuir ou almejar. Na verdade, sempre me achei imune a muita coisa, talvez por ser auto-suficiente demais. Gosto da perspectiva de ser, fazer e sentir aquilo que acho que devo, não o que o resto iria desejar que eu fizesse. Gosto de pensar que mando em todo sentimento que tenho e que, por isso, sou imune a determinadas coisas. Entretanto, algumas delas tem me feito falta ultimamente e finalmente estou chegando no foco deste texto.

Até meus 15 anos, acreditava que existia um príncipe encantado que viria e me mostraria que existem todos esses sentimentos melosos que Deus e o mundo diz. Então ele não veio. Mantive meu coração intacto. Ok, não tão intacto, sempre tive um problema. Sempre fui adepta de paixões tórridas e platônicas. Apaixonava-me (e ainda o faço) pela idéia que criava das pessoas, personagens e afins. Apaixonei-me por milhares de professores, tudo porque adoro ser ensinada e uma pessoa mais inteligente que eu desperta meus sentimentos, que culpa tenho eu? Apaixonei-me por personagens, figuras históricas, celebridades. Cada paixão platônica se manteve viva enquanto minha cabeça quis. Era interessante e ainda é. O fato de todos eles serem intocáveis era o suficiente para que me apaixonasse. As paixões platônicas são efêmeras e desaparecem sem efeitos colaterais, uma vez que elas são lindas do começo ao fim e a realidade nunca as estraga.

Então até meus 20 anos acreditei que um dia, um ser normal apareceria e me mostraria que existem coisas boas além das perspectivas nada otimistas dos relacionamentos reais e a taxa de separação na sociedade moderna. Ele não veio também. Meus amores platônicos sempre me acompanharam e para mim, sempre foi suficiente. Dos 18 até os 19 e uns quebradinhos aproveitei a vida de maneira absurda. Não tem tempo ruim quando a vida é plena. Momis costuma dizer que tudo na vida tem prioridade determinada pela fase que se passa.

Cheguei aos 20 e poucos e hoje em dia não espero nada. Minha sábia mãe, mais uma vez, disse que existem coisas que quanto mais se espera, mais demora pra chegar. Então paguei pra ver, certa vez e em um curtíssimo espaço de tempo vi que não tinha nada ali pra mim. Não era o que ‘não’ esperava. Então isso passou e chego nos dias de hoje. E assim sendo chego no meu dia preguiçoso e explico onde quero ir de fato.

Passei dos 20, observando e sentindo nada, mas sabe a coisa que mais me admira nas relações, tão superestimadas, amorosas? A sutileza que existe entre os apaixonados. É tão bonito de ver, que quase chega a me encantar (No fim do texto, parecerei uma vaca sem coração por não parecer acreditar em metade dessas coisas, but who cares? Yeah, that’s what I thought.).Ok que acho lindo também os filmes mais melosos do universo, com histórias absurdas, choro 40 cataratas com eles e com livros da mesma linha e assim por diante, mas a ficção podje né? Enfim, voltando ao foco e agora me manterei nele.

Sutileza. Sim, a sutileza deu ensejo a tantas músicas, tantos livros, tantos filmes. Não é só o sentimento em si que faz com que as histórias nasçam, é necessária a delicadeza que surge junto com a paixão, amor. Pensando ao ouvir minhas duas tão faladas músicas, acabei recordando de tantas outras, tão cheias de sentimentalismo e mais sutilezas. Então me perguntarão onde estão as tais sutilezas, que repeti 30 vezes em menos de 10 linhas. A titia diz...

Os sentimentos desse tipo nascem com a sutileza. Dois estranhos se conhecem, tendenciosamente, e em algum momento se apaixonam e pronto. O que ninguém se atenta é que a possível primeira faísca nasce com um toque acidental das mãos, um olhar diferenciado que dá aquele arrepiozinho na nuca, um abraço um pouco mais demorado, um sorriso num momento inesperado. Os tais pequenos detalhes também estão presentes o tempo inteiro naqueles amores que supostamente aparecem do nada, seja entre melhores amigos, piores inimigos e afins. É sempre uma palavra que faz a diferença e não o texto inteiro. É sempre uma flor que muda a perspectiva toda e não o buquê enorme. É sempre obilhetinho meio amassado que é colocado dentro do livro que faz todo o sentido e não olivro. As sutilezas crescem junto com os sentimentos tímidos, contidos, inseguros.

Então os apaixonados inseguros se declaram e finalmente ficam juntos. A sutileza acaba? Na verdade não. Ela continua ali, entretanto ela adquire uma nuance mais intimista, mais aconchegante aos dois. A empolgação continua ali, pelo menos deveria continuar, mas as atitudes que fazem a diferença parece tão mais do casal do que de qualquer um que pareça estar prestando atenção.

Os casais criam um mundo paralelo, mesmo quando estão em meio a uma multidão. Não existem toques acidentais mais. Ela entrelaça os dedos dela nos dele e o carinho com a ponta dos dedos é um jeito bobo e singelo de dizer que ela está ali com ele, mesmo que ela esteja prestando atenção numa conversa do outro lado da rua. Ele beija carinhosamente o ombro dela enquanto os braços dele se apertam contra a cintura dela, mostrando estar ali também. Eles sorriem com piadas que só fazem sentido para eles. Com um olhar tudo parece ser entendido. Eles cochicham segredos tão deles quanto os batimentos cardíacos alteradosquando estão juntos. A ponta do nariz roça pelo pescoço um do outro, tão familiarizado com o cheiro um do outro. Ela beija a ponta do nariz dele, só para fazê-lo rir. Ele beija o pulso dela, porque isso a faz derreter. (Parênteses aqui. HAUAHA Eu tinha que por algo meu neste texto. Eu quase derreto com beijo no pulso... ok, eu derreto inteira. HAUAAH) As sutilezas continuam todas ali, modificadas, mas estão ali. O corpo pulsa junto do outro. Um se aconchega no outro. Um acaba sabendo quando o outro está bravo, com um suspiro alterado.É a suposta maravilha do envolvimento (Continuo com o suposta porque disso eu não entendo. HAUAHAAU).

Vejo todas essas coisas desde sempre, assim como vejo a minha volta os efeitos colaterais dessa maravilha toda. Talvez os efeitos colaterais sejam mais assustadores que a maravilha do envolvimento.

Não só vejo, como escuto em cada música que passa por minha playlist. Então, em dias em que sinto falta de uma coisa que não tenho e nem tive, penso que pode ser que todo mundo esteja certo e eu errada.

Como já disse, duas músicas me fizeram pensar. Uma delas diz Well, I've been afraid of changing, 'cause I built my life around you” E essa frase soa tão forte. Construir a sua vida ao redor de uma pessoa só. Soa como dependência, necessidade extrema e até um pouco deposse. Mas por outro lado, parece que criar uma vida ao redor de uma pessoa que está ali por você não aparenta ser ruim. Ter alguém perto, saber que acordar nem será tão solitário por uma vida toda, ou parte dela. “So, take this love and take it down” A mesma música pede que a pessoa amada leve esse amor. É engraçado como casais dão seus corações, seus sentimentos um para o outro. O que não deixa de ser bonito também.

O que me leva para a outra música, mais intensa, mais de entrega total. Não que a outra não seja, mas ela é mais contida, mais acanhada. “When it comes to love it isn’t easy at all to put what I feel inside a simple phrase” É engraçado, as pessoas se inspiram com o tal do amor, mas dificilmente conseguem formular sentenças que possam ser utilizadas pra externar tais sentimentos. Disso eu entendo. Falar do que se sente é fácil quando se trata da família, de amigos de longa data, mas em todos os casos não englobados ai, são difíceis de externar. É fácil nomear sentimentos quando não os tem, falando da boca pra fora. Sim, pessoas, eu tenho sentimentos, mesmo que finja que eles não existam ou nem saiba para que diabos eles servem.“You’re my everything, you’re my one desire, You’re the kerosene that lights my fire” É fato que diante de tais palavras os olhinhos até brilham, mas sei lá, será mesmo? Ser o ‘everything’ de alguém exige entrega sem tamanho, como construir a vida ao redor de alguém. Ser o sol e a terra de alguém é um fardo grande e algumas pessoas, de fato, parecem carregar muito bem isto. Ser o tudo significa ser do outro ao ponto de não haver separação entre o que é e o que a outra pessoa é, tendo-se em vista que ambos estão tão conectados e se tornaram um só. Então a pessoa em questão é o único desejo e novamente isso enche os olhos e o coraçãozinho peludo, mas não é algo possível, certo? O ser humano é uma criatura que vive dos desejos da vida, é escravo do Desejo, o perpétuo andrógeno irmão de Sandman. É o desejo que faz o ser humano andar e caminhar por sua existência. Então ser o único desejo de alguém é impossível, até no sentido sexual. Todo mundo tem fantasias mentais com outras pessoas, além do seu parceiro. Mas como é uma música de amor, então podje. Como disse um carequinha muito digno que eu conheço, esse é o tipo de mentira que aquece o coração, ou algo assim, minha memória está uó hoje. Voltando, agora chego na melhor parte e mais realista da música, você é a querosene que acende meu fogo. É a parte da música que me deixa mais feliz, sabe porque? Porque ser combustível é bom, muito bom. Dizem que a paixão e o amor devem sobreviver com o fogo dos apaixonados. Um dia hei de ser o combustível de alguém (sim, eu tenho sentimentos, já disse. ç.ç).

“There was a time in my life when I wondered, if I would ever find true love like people dream about, search for, hope for all their lives and then you come walking through the door of my heart, breaking down walls and change me forever Então a música chega em mim, na pessoa que se questiona se um dia essas coisas acontecerão com ela, só para variar um tiquinho.Maybe someday this kind of thing will ern… just happen. Então alguém chegará chutando tudo e tudo parecerá lindo e eu poderei cantar um clássico “Hello, I’ve waited here for you everlong”. Eu poderia passar eras escrevendo sobre as melações, mas eu perdi o foco depois de levar uns dois dias para terminar o presente texto.

O fato é que ando sentindo falta de coisas que nunca pensei que ia ter vontade de ter ou vivenciar. Acima de tudo, tenho sentido falta de toda a sutileza desconhecida. Toda a sutileza que move o mundo dos apaixonados. Sentindo falta da possibilidade de andar por ai,criando jogos bobos, apenas para arrancar algo da outra pessoa, apenas pelo prazer de boas risadas. A falta de um possível beijo roubado quando os pensamentos vão longe e a outra pessoa quer te trazer pra perto. Tendo vontade absurda de entender o porque as mulheres ficam tão brilhantes e shine shine quando amam, especialmente quando entram acompanhadas em algum lugar. Pra essa eu imagino a resposta, ou melhor, li isso em um livro, as mulheres gostam da sensação de serem vistas acompanhadas, apenas para mostrar a todos em volta que tem alguém ao lado delas, alguém a quem elas pertençam, alguém para andar na direção com um sorriso bobo ou dizendo frases bobas e que certamente só os dois entenderão. É, dessas coisas sinto falta nesses últimos meses.

Preciso ser a Catherine Earnshaw da vida de algum Heathcliff, ser uma louca egoísta, mas que não consegue nem conviver com a possibilidade de um mundo sem seu psicótico cheio de cólera que nada mais é do que a metade do que ela é (Morro dos Ventos Uivantes). Talvez a Beatriz Portinaride algum Dante Alighieri, a paixão nunca concretizada que o leva a passar pelo inferno, purgatório até as portas do Paraíso, só para vê-la(Vida Nova e a Divina Comédia). Preciso ser aMarguerite Gautier de algum Armando Duval, ser a moça de vida torta que se apaixona e tenta viver uma vida além do que sua existência permitia, morrendo sozinha, sem que seu amado soubesse que ela havia abdicado de tudo (A Dama das camélias). Talvez necessite ser a Holly Kennedy de um Gerry Kennedy, o melhor casal ever, confesso, ele ficou junto dela até depois da vida, do jeito mais sutil e aconchegante possível (P.s. I Love you). Ser a Lara Cameron de algum Philip Adler, ter medo de perder seu pianista, seu Lonchivar, já que ele fora o único capaz de salvá-la de uma existência sem qualquer possibilidade de carinho, romance ou algo semelhante (Escrito nas Estrelas). Quem sabe eu deva ser a Bonnie de algumClyde, ou a Eva Kant de algum Diabolik, a Allie de algum Noah, a Jamie de algumLandon, a Andie Anderson de algum Ben Barnes, a Rachel de algum Finn, a Rachel de algum Ross, a Meredith de algum Derek, a Lyra de algum Will, a Arwen de um Aragorn, a Susana de um Principe Caspian, a Paulina Martins de algum Carlos Daniel.(Eu só não posso ser a Lolita de algum Humbert Humbert, porque ela foi uma vaca mirim e nem posso ser a Christine de um Fantasma da ópera, porque ela foi mais vaca ainda HAUAHAA). Ou talvez, eu deva ser essa bagunça toda que sou e esperar alguém disposto a ajeitar isso tudo, ou apenas juntar sua bagunça a minha.

E neste post meloso, lembrei de uma das frases mais encantadoras do universo, ou melhor, um conjunto de falar de Lyra e Will, na coleção Fronteiras do Universo:

Ela sentou devagar e ele sentou ao lado dela.

- Ah, Will - suspirou - o que podemos fazer? Será que há alguma coisa que possamos fazer? Eu quero viver com você para sempre. Quero beijar você, deitar e acordar com você todos os dias da minha vida até morrer, daqui a muitos, e muitos, e muitos anos. Não quero uma lembrança, apenas uma lembrança...

- Não - concordou ele - apenas uma lembrança é muito pouco para ter. São seus cabelos, sua boca, seus braços, seus olhos e suas mãos, de verdade, que eu quero. Eu não sabia que jamais poderia amar tanto alguma coisa. Ah, Lyra, eu queria que esta noite nunca acabasse! Se ao menos pudéssemos ficar aqui assim, e o mundo pudesse parar de girar e todo mundo adormecesse...

- Todo mundo menos nós! E você e eu pudéssemos viver aqui para sempre e apenas continuar nos amando.

- Eu vou amar você para sempre, aconteça o que acontecer. Até o dia em que eu morrer e depois que eu morrer, e quando encontrar meu caminho de saída da terra dos mortos, vou ficar flutuando para sempre, todos os meus átomos, até eu encontrar você de novo...

- E eu estarei procurando por você, Will, em todos os momentos, em cada um e todos os instantes. E quando voltarmos a nos encontrar, vamos nos abraçar tão apertado que nada e ninguém jamais vai nos separar. Todos os meus átomos e todos os seus átomos... Nós viveremos em passarinhos e em flores, em libélulas e em pinheiros, em nuvens e naquelas partículas de luz que você vê flutuando em raios de sol... E quando eles usarem seus átomos para fazer novas vidas, não poderão pegar um, terão que pegar dois, um de você e um de mim, pois estaremos abraçados tão apertados...

Eles ficaram deitados lado a lado, de mãos dadas, olhando para o céu.


E agora chega que isso daqui está tão meloso que está me dando nojo. HAUAHAAUAHAAUAHAAU pronto, voltei a ser a vaca sem coração.Ok, eu tenho um coração, mas ele é peludo e gelado, amém, porque amor non ecziste. Arrivederci ;*


I could really use a wish right now, a wish right now...