quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Não sei, não sei.


Os olhos se abriram e tudo que vi foi o teto do quarto, já banhado com os raios de sol de mais um dia igual aos outros. A vontade de sair da cama não existia. A dormência se encontrava instalada em mim mais uma vez. As mãos e os pés formigavam, enquanto aos poucos ia me mexendo. Os dedos percorreram os cabelos, jogando a franja bagunçada pra trás, os pés iam se mexendo em pequenos circulos, afim de fazer o formigamento parar. Sabia que isto não aconteceria, mas tentava mesmo assim. O corpo preguiçoso finalmente se levantou e rapidamente enrolei-me na coberta. O frio deixava o clima agradável e meus pés não protestaram ao pisar no chão gelado, não fazia diferença.

Sem saber porque ou o que, procurei em volta, mas não achei nada. Talvez estivesse procurando uma bengala para dar apoio. Talvez tivesse procurando o sorriso que ficou em algum canto da estante. Ou ainda podia estar procurando a lágrima que um dia um palhaço me deu, onde o mesmo mostrava o que estava embaixo daquela pintura alegre e feliz. Talvez fosse saudade de coisas que sabia que sentia falta e de tantas outras que não imaginava. Quem sabe fosse a vontade de fazer algo para mudar tudo que parecia tão igual e tão monocromático?

Não sabia, mas estava cansada de ver tanto azul a minha volta. Sempre gostei do azul, mas sempre lembro de Apologize e como azul nem sempre é algo bom. Quem sabe alguns pequenos potes de tinta pudessem resolver este problema. Quem sabe um pouco de ajuda pudesse fazer bem também.

No fim, não sabia do que precisava, mas sabia, mesmo com a dormência, o que eu precisava ter por perto para que meu dia fosse menos azul e mais colorido. Tinha meus pequenos potes de tinta, cada um deles trazia uma nuance diferente para minha vida. Só parecia dificil, em um dia como hoje, juntar todas e ter meu arco-íris de volta.